BNDES apoia com R$ 9,6 milhões projeto para tratar solos e água contaminados por metais pesados em MG 11/01/2013

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(BNDES – 11 Janeiro 2013)

 

Projeto busca solucionar passivo ambiental gerado por mina desativada

O BNDES autorizou a concessão de apoio não reembolsável de R$ 9,6 milhões para o desenvolvimento de uma solução tecnológica que visa recuperar solos contaminados e tratar águas contaminadas por metais pesados em consequência da mineração de urânio. Os recursos, do BNDES Fundo Tecnológico (BNDES Funtec), destinam-se à Fundação Parque de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências (Fundação Patria).

Orçado em R$ 10,8 milhões, o projeto — que tem como Instituição Tecnológica a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e como empresa interveniente a Brasil Ozônio Indústria e Comércio de Equipamentos e Sistemas Ltda — contempla atividades de pesquisa e desenvolvimento e a construção de uma planta piloto na unidade de tratamento de minérios das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Poços de Caldas (MG). A Brasil Ozônio é responsável por uma contrapartida de R$ 1,2 milhão.

Apesar de ter sido encerrada, a extração de minério na unidade de Poços de Caldas deixou um grande passivo ambiental: são 45 milhões de toneladas de rejeitos — amontoados de terra, pedra, argila e metais pesados, como urânio e manganês — e água contaminada acumulada nas cavas da mina. Pela rota tecnológica tradicional, seriam necessários cerca de 700 anos para a descontaminação total do terreno.

Em 2006, foi elaborado um plano que reduziu esse prazo para 20 anos, mas com um custo estimado de R$ 400 milhões, em razão da baixa eficiência da solução tecnológica prevista na época. O projeto apoiado pelo BNDES vai testar a descontaminação dos solos e da água por meio da injeção de gás ozônio. Caso a alternativa se mostre viável, poderá trazer benefícios ambientais e econômicos a todo o setor de mineração.

No sistema de tratamento proposto, a água contaminada recebe uma injeção de ozônio para oxidação dos metais pesados, que são retirados para posterior reaproveitamento. A água segue para um tanque, onde é adicionada cal para decantação dos metais remanescentes.

Para as montanhas de rejeito, a solução proposta não encontra paralelo. A ideia é injetar diretamente o gás nas montanhas de resíduos para eliminar a bactéria Thiobacillus ferrooxidans, catalisadora de reações que produzem ácido sulfúrico.

Estruturado para ser executado ao longo de 24 meses, o projeto destina cerca de R$ 1 milhão para 12 bolsas de pesquisa, a serem pagas a pesquisadores das instituições de ciência e tecnologia participantes. Serão adquiridos equipamentos e contratados sete profissionais com dedicação exclusiva, pelo período da execução do projeto, além de serviços de terceiros e consultoria.